História
Conheça o resumo histórico de Massamá e de Monte Abraão.
Massamá
Povoado de origem árabe, o seu nome deriva do topónimo "MACTAMÃ", que se traduz por "lugar onde se toma boa água "ou "fonte ". Situado a meio caminho das praças-fortes de Lisboa e de Sintra, era aqui que os antigos caçadores e viajantes costumavam parar, durante as suas viagens, para descansar e para se refrescarem a si e às suas montadas.
Integrada no denominado Complexo Basáltico Lisboa – Mafra, esta região de solos muito férteis foi considerada uma das melhores do país para a produção de trigo. Confirmando este atributo, nela existiram seis eiras: Casal do Olival, Casal Gouveia, Casal Azul ou do Zézito, Casal de Pera Longa e as Quintas do Porto (mais tarde denominada por Quinta das Flores) e do Sá.
Por outro lado, o seu subsolo, rico em extensos aquíferos, serviria para, durante décadas, abastecer de água a Fábrica da Pólvora de Barcarena.
O atual chafariz de Massamá, considerado o ex-libris da freguesia, é alimentado por uma mina localizada no interior da Escola Básica n.º 1 de Massamá e que faz parte das muitas minas que existiram antigamente.
Quando, no ano de 1747, D. Pedro III deu início à construção do Palácio Nacional de Queluz, com a colaboração do arquiteto Mateus Vicente de Oliveira e do escultor francês Jean Baptiste Robillon, transformou esta zona num centro aristocrático, por ali ter passado a residir a família real, o que terá provocado uma maior fixação dos camponeses, cuja atividade principal era a produção de alimentos para vender na cidade de Lisboa e arredores.
É curiosa a existência de um marco dos limites do Termo de Lisboa Ocidental, que se encontra à entrada da Rua das Orquídeas, mandado reerguer pelo Município de Sintra no ano de 1956. Nele pode ver-se insculpida uma barca e a legenda: "Lisboa Senado - 1768".
De entre personalidades que procuraram este local ou a ele se encontram ligados, destacam-se o próprio Rei D. Pedro III, que ali se deslocava em incursões de caça, acompanhado por D. Ayres de Menezes e Sousa; o Visconde de Massamá, Nuno José Severo de Carvalho, cujo título lhe foi concedido por D. Luís I, por Decreto de 29 de janeiro de 1885 e que se distinguiu como médico, deputado às Cortes e vereador da Câmara Municipal de Lisboa; os Condes de Azarujinha, proprietários da Quinta do Porto, onde mais tarde nasceram em 1934 os “Laboratórios Delta”, a primeira unidade industrial de Massamá, posteriormente adquiridos e desenvolvidos pelo Dr. Francisco Ribeiro de Spínola.
Após a inauguração da linha de caminho de ferro Lisboa / Sintra, em 2 de abril de 1887, Massamá começou a crescer com a construção de pequenas moradias, desde a zona do chafariz até à Rua da Milharada, estimando-se que em 1900 tivesse uma população que não deveria ultrapassar a centena de habitantes.
O extraordinário desenvolvimento urbanístico registado no concelho de Sintra, nos últimos quarenta anos, deu origem a novos agrupamentos habitacionais diferenciados, autónomos e com vida própria. Massamá foi um desses novos núcleos. O traçado de novas vias rodoviárias e respetivos acessos, como o IC 19 e a CREL veio facilitar a circulação e fixação de pessoas em Massamá.
O “explosivo” crescimento demográfico do lugar e de toda a freguesia de Queluz, associado à incapacidade e falta de condições para a gerir, foram fatores que contribuíram para a tomada de consciência política da urgência de autonomização administrativa do lugar de Massamá. Assim, a criação da freguesia impulsionou a progressiva qualificação do espaço público e a gradual construção de equipamentos coletivos, consentâneos com as exigências de um lugar urbano do séc. XXI.
A freguesia de Massamá foi criada pela Lei n.º 36/97, de 12 de julho, por desanexação da freguesia de Queluz. O lugar de Massamá pertenceu ao Termo de Lisboa Ocidental até 1836, ano em que foi integrado no Concelho e Freguesia de Belas, o que aconteceu até 1925. Neste ano foi criada a Freguesia de Queluz, da qual Massamá fez parte até 1997.
A título de nota, registe-se que em 14 de dezembro de 1997 tiveram lugar as primeiras eleições para os órgãos autárquicos da freguesia de Massamá, tendo os autarcas eleitos tomado posse no dia 16 de janeiro de 1998.
Monte Abraão
Monte Abraão é uma das mais antigas povoações do Concelho de Sintra. Aqui foram encontrados diversos monumentos megalíticos, que indicam que muito antes da chegada dos Romanos, vivera nesta área outra civilização que tinha já os seus cultos religiosos e a sua própria cultura. Vindos do Mediterrâneo, viveram por volta de quatro mil anos a.C. e aqui se fixaram. Desenvolveram a metalurgia, dando assim início ao Calcolítico, e iniciaram a agricultura.
A Necrópole pré-histórica do Monte Abraão é um dos mais valiosos conjuntos dolménicos de Portugal, estando classificada como Monumento Nacional. A Anta da Pedra do Mouro, um monumento gigantesco do qual restam apenas três esteios, tem igual importância histórica. Na sua área, recolheu-se algum espólio, duas gravuras antropomórficas e fragmentos de lúnulas ornadas de linhas. A galeria coberta da Estria foi descoberta e explorada por Carlos Ribeiro em 1876. O seu espólio encontra-se no museu dos Serviços Geológicos de Portugal, em Lisboa. De forma aproximadamente retangular, é formado por nove esteios verticais. Atualmente, não existem as tampas e as coberturas. Ali foram também encontradas armas, utensílios de uso doméstico, vasos e ossadas humanas e de animais.
O solar de D. Ayres de Saldanha de Meneses e Sousa, que não chegou a ostentar brasão porque o seu proprietário faleceu antes de estar terminado, é hoje um dos mais belos edifícios de Monte Abraão. A “Quinta da Tascoa e de Pero Longa” foi adquirida em 1690, para nela viver e poder caçar com o seu companheiro na arte venatória D. Pedro de Bragança, sendo, a seguir ao pavilhão de D. Cristóvão de Moura, a mais antiga construção na zona. O solar é atualmente abrangido pela Escola EB.23 D. Pedro IV, anteriormente escola do ensino preparatório de Conde Sabugosa, na Rua da Tascoa.
A freguesia de Monte Abraão foi criada pela Lei n.º 36/97, de 12 de julho, por desanexação da freguesia de Queluz. O lugar de Monte Abraão pertenceu ao Concelho de Belas até 1855, ano em que devido às reformas administrativas levou à extinção daquele Concelho. A partir desse ano Monte Abraão passou a pertencer ao Concelho de Sintra embora ainda sobre a administração da Freguesia de Belas, o que aconteceu até 1925. Neste ano foi criada a Freguesia de Queluz, da qual Monte Abraão fez parte até 1997, ano em que tiveram lugar as primeiras eleições para os órgãos autárquicos da Freguesia de Monte Abraão.